"Culto Interno e Externo"

Sermão pelo Rev. Cristovão R. Nobre

"Tira os teus sapatos dos teus pés,
porque o lugar em que tu estás é terra santa"

Êxodo 3:5

 

Ninguém vai a uma audiência com um rei ou um presidente sem antes ter-se preparado convenientemente. Do mesmo modo, e com maior razão, ninguém pode ter um acesso efetivo ao Divino se antes não tiver se submetido a certas condições de vida e mente.
O texto da Palavra ensina-nos sobre a necessidade dessa preparação, ao nos dirigirmos a Deus em culto. Lemos que Moíses apascentava o rebanho no monte Horebe, quando viu ao longe a sarça que ardia mas não se consumia. Ele se virou para lá, a fim de ver a grande visão, mas, quando ia, o Senhor lhe bradou desde a sarça, e o advertiu: "Não te chegues para cá; tira os teus sapatos dos teus pés, porque o lugar em que tu estás é terra santa".
Os Escritos explicam esta passagem ensinando-nos que "Não há outro acesso a Deus" a não ser por meio dos estados de amor e de fé; "assim, (por meio dos) estados das duas faculdades da mente, isto é, vontade e pensamento" (AC 6843). Ninguém se aproxima de Deus, de modo algum, se não estiver na presença dEle quanto à sua fé e suas afeições do coração. São coisas do Senhor com o homem, e por elas somente é possível ao homem estar na presença de Deus. De fato, o Senhor sempre está presente com todos os homens, bem como espíritos e anjos; mas eles só estão na presença recíproca, ou na conjunção, se estiverem nesses estados de fé e amor. Enquanto estão nos seus próprios, afastam-se do  Divino.
Em sua mente, o homem tem inúmeras coisas que impedem a comunicação com Deus. Por isso é necessário que ele antes as remova, como por si mesmo, quando se dirigir ao Senhor. Essas coisas que devem absolutamente ser removidas são aqui representadas pelos sapatos, de que o Senhor falou: "Tira os sapatos dos teus pés". Os pés representam o nosso plano natural; mas os sapatos representam coisas que se agregam ao nosso natural, e que são empecilhos à recepção do influxo celeste; são  inconvenientes a um estado santo de culto; devem pois ser removidas.
Essas coisas, os sapatos, são as coisas dos sentidos do homem, chamadas sensuais. São os conhecimentos, fatos, informações da memória, e tudo o mais que nos chega através dos cinco sentidos do corpo. Pode parecer incrível, mas as coisas sensuais quando estão em desordem são tais que não podem estar presentes quando o Divino é objeto de pensamento santo, como nos ensinam os Escritos. Como elas são as últimas coisas, as mais baixas, da nossa consciência, são também a porta por onde entram os influxos grosseiros do mundo e dos infernos. Os amores daí são chamados os bens sensuais, e são os prazeres e apetites que não visam outra coisa senão a satisfação do amor de si e do mundo. Os raciocínios daí estão numa luz natural, e se subordinam àqueles amores e os desculpam. Quando o homem reflete pelos sensuais somente, ele reflete por uma luz natural; visa o mundo e a si, e dificilmente pensa com propriedade sobre as coisas Divinas e da fé. Se ele está no mal, ainda mais, pensa contra o Divino e as coisas da fé. Pelos sensuais o homem não vê, realmente, coisa alguma do que é honorável e justo.
Daí se vê porque as coisas do sentido são empecilhos à elevação do homem em direção a Deus. Se o homem não souber governá-las, subjugá-las, pondo-as na ordem, nada pode receber do influxo dos céus. É pois de grande importância o aviso feito a Moisés: deve levar-nos a pensar sobre o que dentro de nós é tal obstáculo ao acesso e ao culto ao nosso Deus.
Quando está na presença de  Deus, o homem está no culto, em espirito de submissão e adoração. Sabemos, no entanto, que o culto pode ser interno e externo. O interno é o que o homem presta com a vontade e o pensamento, procedendo do verdadeiro ser do homem, nas ocupações da sua vida. é por isto chamado culto vivo e verdadeiro culto. Mas o externo é o do cerimonial, que o homem presta pelos rituais. Este só é vivo se houver ao mesmo tempo o interno; é o que dá expressão e forma ao culto. Nos Arcanos Celestes (7038) se lê: "O verdadeiro culto consiste em se cumprir com retidão os deveres da posição, assim de coração ser útil ao seu país, às sociedades e ao próximo, tratando o semelhante com sinceridade e prestando os bons ofícios com prudência, conforme o caráter de cada indivíduo".
É evidente que, então, o homem deve prestar um culto vivo a Deus a todo momento, pois a todo momento está engajado na companhia dos outros, nos negócios e outras ocupações. Ele presta esse culto por meio das atitudes justas e dos princípios verdadeiros em sua conduta. Se faz assim, o que é justo por causa da justiça, e o que é vero por causa da verdade, e não por razões egoísticas, ele já presta cotidianamente seu culto, suas oferendas diárias de amor, aceitáveis a Deus. E o seu culto externo virá com expontaneidade, e será apenas o complemento e manifestação do culto interior e da vida.
Mas todos nós somos ainda viajantes do caminho da regeneração. Nem sempre conseguimos realizar os ideais de uma vida cristã. Às vezes falhamos, deixando de oferecer nosso culto interior a Deus. Isto ocorre porque em nosso plano natural temos ainda muitas  coisas que precisamos remover - os "sapatos", pois elas nos dificultam ou completamente impedem a comunhão com o Senhor e a harmonia com o próximo. Removemos as coisas sensuais quando afastamos falsidades e afeições, quer procedentes do exterior, quer procedentes da memória, que não são condizentes com a vida de caridade. Enquanto nos prendermos nessas coisas sensuais, estamos muito  assediados pelos influxos contrários, e somos até impedidos de pensar nas coisas elevadas. Ou, se o fazemos, é por um entendimento natural, quando também os infernos injetam escândalos e impurezas contra as coisas da fé e concernentes ao Senhor (ver AC 63l3 / 5). Mas depois, quando elevados, vemo-nos numa luz interior, espiritual, e pensando por ela poderemos ver o que é justo e o que é verdadeiro.
É imperioso que vivamos também envolvidos com as coisas dos sentidos, do corpo e do mundo. As próprias necessidades terrenas, a companhia das diversas pessoas, e os diversos negócios, nos obrigam a isso. E não poderia ser diferente, pois é justamente nesse meio que podemos exercer a vida de caridade, o culto real. Precisamos, pois, estar aí, mas precisamos também nos elevar acima daí. Como poderemos conciliar estas duas necessidades? Não são contraditórias?
Lembremo-nos de um antigo provérbio que diz: uma coisa é o barco estar no mar; mas outra, muito diferente, é o mar estar dentro do barco. O homem que está sendo regenerado submete-se ao governo do seu homem interno, e tem as coisas inferiores, sensuais, meramente como servas e instrumentais. Esse homem dispõe as coisas do sentido em ordem, examina-as e separa as úteis das impróprias. Mas o homem meramente natural, ao contrário, é dominado pelas afeições dos sentidos e seus raciocínios, caindo assim sob a tirania dos amores infernais de si e do mundo. Todo homem é livre para se apoiar nas coisas dos sentidos, como  os conhecimentos científicos, por exemplo, para confirmar as verdades da fé e assim elevar o seu racional, outro lado, para confirmar princípios ilusórios e falsos e admitir a negação das coisas espirituais e Divinas, quando então se torna cada vez mais corporal.
Mas tomemos como exemplo uma pessoa que é presa dos sensuais. Suponhamos que ela ouve dizer, por hipótese, que o Divino Humano do Senhor é em forma Homem e no íntimo Deus; e com  um corpo de carne e ossos glorificados, Divinos, mas ainda naturais. Ora, se a pessoa raciocinar pelos sentidos, dificilmente crerá ou sedirijirá a esse Deus, pois os seus sentidos não podem percebe como um corpo sólido, por assim dizer, pode ser também invisível. Ou como pode alguém ter forma de homem e ser ao mesmo tempo Deus. Além desses raciocínios, os infernos influem, acrescentando pensamentos profanos e blasfemos contra Deus, acarretando a rejeição da verdade e impedindo a elevação da mente. São esses raciocínios pelos sentidos que devem ser removidos. Os Escritos nos dizem que o homem é meramente sensual quando está nos princípios de falsidades e não quer ser esclarecido, "mas rejeita inteiramente a verdade, e sem razão  e obstinadamente defende falsidades. Isto é um sinal de que é um homem sensual, e não racional. Nele o racional está fechado e não admite a luz do céu".
Mas existem também as coisas do sentido da parte da vontade; são as cobiças, que são (AC 5l45), "os prazeres do ódio, da vingança, da crueldade, do adultério, da avareza ou as meras volúpias e luxúrias". É nos muito evidente o modo como tais coisas impedem o acesso ao Divino, e mesmo chegam a fechar os interiores do homem que a elas se adere.
Na regeneração, é formado no homem um plano superior, um patamar, por assim dizer, por cima das coisas sensuais. Esse plano novo é a consciência, que só o homem regenerando tem; ele a adquire quando começa a obedecer aos conhecimentos da verdade. Pois bem, tanto quanto ele estiver na obediência, pode ser elevado das coisas sensuais e se firmar no patamar superior, na consciencia. Ali, agora, ele pode também receber o influxo Divino, oposto ao influxo infernal. Daí ele também recebe, como por empréstimo, afeições novas, pensamentos novos, que influem do Bem e da Verdade do Senhor. Então, se o homem permanece pensando e agindo segundo essa consciência, ele remove de si as coisas sensuais, e tem acesso a Deus, e pode prestar-lhe o verdadeiro culto. Se, todavia, o homem não está sendo regenerado, não há a consciência verdadeira, e por isso ele está no nível inferior, onde o influxo Divino não é recebido e se dissipa, pois não há base adequada para recepção. É quando o homem não pode prestar adoração verdadeira a Deus.
Mesmo o homem que está sendo regenerado, quando ele decai para esse nível inferior dos raciocínios e cobiças dos sentidos, e aí mergulha, sendo levado por eles, não presta nenhum culto, exceto o que é idolátrico e morto. Se é levado pelos amores contrários à caridade, seu culto não é aceitável, pelo que o Senhor lhe diz, em Mateus 5:24: "Se trouxeres a tua oferta ao altar, e aí te lembrares de que teu irmão tem alguma coisa contra ti, deixa ali diante do altar a tua oferta, e vai reconciliar-te primeiro com teu irmão, e depois volta e apresenta a tua oferta".
"Tira  os teus sapatos dos teus pés", diz o Senhor. O homem remove as coisas sensuais, ele se eleva quando procura na Palavra a verdade que é luz para seu entendimento. Se os conhecimentos da verdade reinam em sua mente, elas buscarão na memória os fatos e concepções dos sentidos para confirmação, e estas, com servas, dão confirmação e enriquecem a razão do homem. Mesmo se vê alguma discordância, ele entretanto não nega, mas a põe a um lado, até que chegue o tempo em que puder alcançar compreensão. Assim é a elevação do seu entendimento. É o que se chama reforma. Mas há também a elevação quanto as coisas da vontade,  o que se chama regeneração. Ele sobe para uma vontade nova quando afasta do seu natural todo sentimento que provém do seu próprio, inadequado pois à vida do novo homem. As coisas sensuais  que ele reconhece como inadequadas e afasta  deixam de serv empecilhos à sua progressão para um novo estado, a terra santa donde o homem poderá ver a grande visão.
Com efeito, são muitas as formas pelas quais o homem remove os sensuais da vontade própria. é, por exemplo, quando aprende a não mais dar lugar a lembranças antigas, de males e ofensas que lhe fizeram, para não ser tomado por um espírito de vingança; é quando aprende a não se magoar, quando não é tratado com a honra que ilusoriamente pensava merecer; é quando não se dá por insultado e nem tem a outrem como inimigo, mas, antes, deixa-lhe sempre aberta a porta par quando voltar, tendo reconhecido o seu erro; é quando não se mostra arrogante nem soberbo para com seu semelhante, especialmente para com aqueles mais simples, mais infelizes; é quando tem empatia, compreensão e misericórdia para com as falhas do próximo, auxiliando o faltoso ou o ignorante, sem contudo usar de empatia; é quando tem o cuidado de não ofender seu irmão com comentários ingênuos ou maliciosos sobre coisas que às vezes são especialmente importantes para o outro; é quando trata as pessoas de igual para igual, a ninguém com maior ou menor dignidade do que outro; a todos prestando o mesmo respeito devido a todo ser humano; é tendo humildade para com todos; humilhação diante do Senhor, mas humildade diante dos seus semelhantes. É, enfim, quando aprende o exercício da misericórdia, da compaixão e da caridade de que o Senhor tantas vezes lhe fala na Palavra. "Deixai de fazer o mal; aprendei a fazer o bem", diz o Senhor pelo profeta Isaías. É assim que o homem se eleva, como por si mesmo, acima dos sentimentos próprios que são dos sentidos, e sobe para um amor espiritual. Daí poderá viver uma vida que é o verdadeiro culto a Deus, seja no lar, seja no trabalho, nos negócios, na congregação e em toda parte.
"Tira os teus sapatos dos teus pés", diz o Senhor. Pelo auto-conhecimento que cada um de nós deve ter, tenhamos sempre em mente e removamos os diversos "sapatos", as coisas sensuais que tem nos impedido de exercer a verdadeira religião cristã em todos os momentos de nossas vidas.*
Mas o culto é interno e também externo. O externo é também necessário. Lemos nos AC l6l8: "Quando o homem está no amor e na caridade, está continuamente no culto; ... Mas o homem, enquanto está no mundo, deve também estar no culto externo, porque por aí as coisas interiores são estimuladas, e por meio delas os externos se mantêm em santidade, para que as coisas interiores possam. Além disso (pelo culto externo) o homem recebe os conhecimentos e se prepara para receber as coisas celestes; é também agraciado com estados de santidade, ainda que seja inconsciente disso". Pelo culto externo o homem vem manifestar sua gratidão a Deus pelo bem implantado, pela regeneração e pelo livramento do mal (ver AC 9296). Se existir realmente o culto interno, então o externo será prestado com expontânea alegria. Dizem também os Escritos, AC 9449, que um dos sinais de que os pecados foram removidos é ter prazer  em prestar culto a Deus por amor a Deus.
Evidentemente, o mesmo aviso que se aplica ao culto interno, é aplicável também ao externo. Aí também há coisas que precisamos remover, senão elas nos impedirão de atingirmos um estado adequado da mente, aonde as afeições interiores, se expandindo, poderão convenientemente se manifestar.
Entre outras coisas que não devem fazer parte do culto externo, há, por exemplo, a compulsão de outrem. Ninguém pode ser constrangido a prestar culto, pois ele deve ser livre. Viemos à Igreja ou por obediência à nossa consciência, ou por afeição genuína, mas sempre por nossa livre decisão, fruto de nssa conduta e vida, e por isso não cabe a nós questionar ou desculpar a alguém a esse respeito. "O culto procedente do livre é o culto mesmo, e o culto sob compulsão não é culto' (AC 2880).
Precisamos também remover as condições de nossa mente que sejam contrárias à humilhação e a submissão ao Senhor. Humilhação e submissão são as coisas essencias do culto Divino, e sem elas os atos do culto nada são exceto gestos de imitação, como lemos nos Escritos, porque "a vida procedente do Senhor influi somente num coração humilde e submisso, pois assim o coração está pronto pra receber... Quando o coração está verdadeiramente humilde e submisso, nada do amor de si  e do mundo se interpõe no caminho (AC 8873). Por isso no culto externo há gestos, como o ajoelhar-se e inclinar-se, que correspondem à essa humilhação e submissão ao Senhor. "Ajoelhar-se significa o culto pelo bem do amor".
E mesmo as preces e petições, louvores e adoração que venham da nossa própria inteligência não devem fazer parte do nosso culto. Precisamos usar o mais possível as palavras do Senhor Mesmo, ao invés das nossas próprias, porque, como lemos também: "O que é da própria inteligência e em si desprovido de vida... Somente o que procede da Palavra é útil para o culto Divino, porque é vivo em si. Porque dentro de cada coisa da Palavra há um sentido espiritual, que trata do Senhor e Seu reino; dentro desse sentido está o Divino, porque a Palavra, em seu sentido íntimo, trata do Senhor só. Daí vem a santidade e a vida da Palavra, e não de outra fonte... Por tudo isto é evidente que o verdadeiro culto Divino tem sua existência a partir das ocisas que são da Palavra, e de modo nenhum nas coisas que são da própria inteligência" (AC 8943). A leitura da letra da Palavra e sua recitação em estado de santidade é suficiente para abrir nossos corações e elevar nossas súplicas a Deus, com muito mais plenitude do que as nossas palavras vãs.
E assim quanto a todas as coisas no culto externo: devemos afastar as que procedem do nosso próprio, e prestar culto ao Senhor a partir daquilo de bem e verdade que o Senhor nos concedeu, que fazem o nosso novo próprio. Todas as coisas do próprio afastam nossas mente do culto, prejudicam a necessária preparação, impedem a meditação. Precisamos nos remover das coisas externas pessoais e do mundo, do dia a dia, quando entramos na casa do Senhor, a fim de elevarmos nossos pensamentos em meditação.
Lembramo-nos de que, como lemos na Doutrina de Caridade, l75: "Os externos da mente que pertencem ao culto são: l) Pensamento e meditação a respeito de Deus e a respeito do céu, vida eterna e salvação; 2) Reflexão sobre os seus pensamentos e intenções, a fim de se ver se são bons ou maus, e que os maus procedem do diabo, e os bons procedem de Deus; 3) aversão da mente pela linguagem ímpia, obcena e impura; 4) Além dos pensamentos, há afeições que vêm à vista e aos sentidos do homem (e que fazem parte dos externos da mente no culto). Todos esses estados mentais requerem adequado retiro das coisas  próprias e externas, adequada traquilidade e muita reflexão.
Por isso, é útil que reservemos alguns momentos anteriores ao ritual do culto para esse propósito santo de elevação da mente. Há, como foi dito, as afeições dos sentidos que fazem parte do culto externo, e essas afeições são despertadas, por exemplo, pela música. Os Escritos nos ensinam que os tons harmoniosos têm um efeito tal nos externos que os dispõem em correspondencia com os externos. E o prelúdio do órgão deveria ser mais bem aproveitado por todos nós.
A reverência, o silêncio no recinto que reservamos para culto é muito importante para a santidade externa da mente, adequada ao ritual, um verdadeiro encontro com Deus. A presença de Deus aqui é muito mais real do que a de uma autoridade terrena ou de um rei, e mais do que qualquer, o Senhor é digno de nosso temor, nossa reverência e honra. E como demonstramos isto nos externos, se não for pelos nossos atos, palavras, tom de voz, e, direi, até mesmo nossos trajes. (Alguns talvez dirão que o Senhor não determina essa ou aquela vestimenta. É certo que não. Mas nós mesmos é que procuramos trazer nossos externos em inteira conformidade, apresentando-nos de forma digna, ainda que modesta, pois o Senhor merece toda honra e dignidade).
O cuidado em relação à nossa conduta, em preparação para o culto, certamente só nos trará auxílio e benefício. No mínimo, estaremos iniciando nossas crianças e amigos numa esfera de referência que poderá mais tarde ser útil à própria regeneração deles.
Em suma, o culto verdadeiro é interno e também externo. O interno são os atos de caridade pelos quais manifestamos nosso amor ao Senhor. E o externo são os gestos, atos, palavras e atitudes no cerimonial, pelos quais esse amor ao Senhor se torna visível pelos representativos. Por isso, é importante que saibamos remover, de um e de outro aspectos do culto, todas as coisas que estejam em discordância, para que então nosso culto seja aceitável a Deus. "Tirai os teus sapatos dos teus pés'.
No Salmo 96 lemos: "Dai ao Senhor a glória devida ao Seu Nome; trazei oferendas, e entrai nos Seus átrios. Adorai ao Senhor na beleza da santidade". Amém.
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