O SEGUNDO ADVENTO DO SENHOR


Sermão pelo Rev. João de Mendonça Lima


“Eis que faço novas todas as coisas.”

(Apocalipse 21, 5)

O Primeiro Advento do Senhor se fez na carne, isto é, no mais baixo plano da vida humana. Para isso Ele tomou sobre Si um corpo material, nascendo de uma virgem da descendência de Davi, na cidade de Belém de Judá. A humanidade comemora este fato culminante de sua história no dia 25 de dezembro, chamado, por isso, o dia do Natal do Senhor, ou simplesmente, o Natal.
No Primeiro Advento do Senhor apresentou-se diante dos homens como se fosse um simples homem, em tudo semelhante aos demais. É até certo ponto o era, pois tinha um corpo físico semelhante ao de qualquer outro homem, e tinha também um corpo espiritual dotado de um hereditário mau como o dos ascendentes da família em que nasceu; nada diferindo das péssimas tendências hereditárias da generalidade dos homens daquela época.
A diferença essencial entre o corpo humano com que o Senhor nasceu no mundo e o dos homens, é que estes, além do corpo físico e do corpo espiritual têm, apenas, uma alma finita, recebida de seu pai; enquanto que o Humano do Senhor tinha uma Alma Infinita, que era o próprio Pai, o Deus Criador do Céu e da terra. No Senhor Jesus Cristo, como disse Paulo na epístola aos colossenses, capítulo 2, versículo 9º: “habita corporalmente toda a plenitude da Divindade”.
A obra da glorificação consistiu em substituir o humano recebido de Maria por um Humano Divino proveniente do Pai, a Sua Alma Infinita. Por isso — como nos narra Swedenborg no parágrafo 807 do livro “Verdadeira Religião Cristã” — Maria, no Mundo Espiritual, na ocasião em que ele a encontrou, disse:
“que ela tinha sido a Mãe do Senhor, e que na verdade Ele tinha nascido dela, mas que tendo sido feito Deus, Ele se tinha despojado de todo humano que recebera dela, e que por conseqüência ela O adorava agora como seu Deus, e não quer que, seja quem for, O reconheça por seu Filho, pois que n’Ele tudo é Divino”.
No Primeiro Advento, o Senhor redimiu os homens do poder avassalador do mal, fazendo o julgamento final sobre as multidões que se tinham acumulado no Mundo dos Espíritos, e subjugando os infernos, para que não continuassem a dominar o espírito dos homens; estabeleceu um novo Céu com os espíritos libertados do jugo dos maus por ocasião do julgamento final, e fundou na terra uma nova Igreja, chamada a Igreja Cristã; e glorificou Seu Humano para que, daí por diante, servisse como o único medianeiro entre as criaturas e o Criador. “Eu sou o caminho, e a verdade e a vida. Ninguém vem ao Pai, senão por mim” (João 14,6). Desta forma o Senhor susteve a queda da humanidade nos abismos do mal, impedindo a sua total destruição, e deu aos homens os meios para reformar a sua vida e começar uma nova era de aproximação do Senhor.
Quando o Senhor fez o Seu Primeiro Advento, os homens, em sua queda, tinham se pervertido a tal ponto que se continuassem por mais algum tempo nessa direção, acabariam por se destruir completamente uns aos outros. Foi nessa “plenitude dos tempos” que o Senhor veio, em Pessoa, para suster a marcha avassaladora do mal e impedir a total destruição da humanidade.
O estado da humanidade, por ocasião do Primeiro Advento era, porém, de tal modo mau que os homens não podiam suportar as verdades mais profundas que o Senhor desejava revelar-lhes. “Ainda tenho muitas coisas que vos dizer, mas vós não as podeis suportar agora” (João 16,12). Era necessário ainda um longo período de preparação, à luz das verdades literais dos Evangelhos, para que se tornasse possível a revelação dessas verdades mais profundas — as verdades espirituais, as verdades do sentido interno da Palavra.
Havia, pois, necessidade de um Segundo Advento do Senhor para revelar as coisas que eles não podiam suportar na época do Seu Primeiro Advento. E por isso o Senhor prometeu que viria novamente; viria como “aquele Espírito de verdade para guiar os homens em toda verdade” (João 16,13); viria como “o Filho do Homem, vindo sobre as nuvens do céu, com poder e grande glória” (Mateus 24,30); voltaria para não deixar órfãos os Seus discípulos (João 14,18); viria “à hora em que os homens não pensavam” (Mateus 24,44); viria em Sua glória para fazer o julgamento das nações (Mateus 25, 31-32).
Esse julgamento, o julgamento final sobre a Primeira Igreja Cristã ou, mais precisamente, o julgamento final sobre os espíritos de todas as religiões e crenças que, em grande número, se tinham acumulado no Mundo dos Espíritos nos dezessete séculos que vão do Primeiro ao Segundo Advento do Senhor. Esse julgamento realizou-se no ano de 1757, como se vê na parte final do parágrafo 45 da obra intitulada “O Julgamento Final e a Babilônia destruída”, de Swedenborg. E constitui uma das partes da grande obra realizada pelo Senhor no Seu Segundo Advento; as outras duas partes foram a formação de um novo Céu com os bons espíritos do Mundo dos Espíritos, libertados pelo Julgamento Final, e a instituição de uma Nova Igreja na terra pela revelação das Doutrinas Celestes por intermédio de Seu servo Emanuel Swedenborg.
Este Segundo Advento também tinha sido predito por Daniel, que assim o descreve simbolicamente nos versículos 13 e 14 do capítulo 7 de seu livro:
“Eu estava vendo nas minhas visões da noite, e eis que era vindo nas nuvens do Céu um como o filho do homem; e chegou até ao ancião dos dias, e o fizeram chegar perante ele. E foi-lhe dado o domínio e a honra, e o reino, e que todos os povos, nações e línguas o servissem; e seu domínio é um domínio eterno, que não passará, e o seu reino não se destruirá”.
Mateus, nos versículos 29 a 31 do capítulo 24 se refere alegoricamente ao final da Primeira Igreja Cristã e também prediz, da mesma forma o Segundo Advento do Senhor. Foi necessária uma longa preparação de dezessete séculos, dirigida pela Divina Providência do Senhor, para que os homens ficassem em condições de poder “entrar intelectualmente nos mistérios da fé”. Só depois de concluída essa preparação é que o Senhor pôde realizar o Seu Segundo Advento para dar à humanidade aquelas verdades que o Senhor ainda tinha para dizer, por ocasião do Seu Primeiro Advento, mas que os homens ainda não podiam suportar naquela época. Estas verdades são as verdades espirituais do sentido interno do Antigo e do Novo Testamento e as novas verdades que constituem as Doutrinas Celestes da Nova Jerusalém, o Novíssimo Testamento da Palavra, a Palavra especial para a Sua Nova Igreja, “a grande cidade, a Santa Jerusalém que de Deus descia do Céu”, na linguagem simbólica do Apocalipse (Cap. 21,9).
Uma cidade, de acordo com a Ciência das Correspondências, representa uma doutrina, e Jerusalém representa a Igreja; de modo que “a grande cidade, a Santa Jerusalém que de Deus descia do Céu”, significa a Revelação, pelo Senhor, da Doutrina Celeste de Sua Nova Igreja em que “todas as coisas” seriam feitas novas, como diz o versículo 5º do 21º capítulo do Apocalipse: “Eis que faço novas todas as coisas”. As coisas que seriam feitas novas são as verdades da Doutrina revelada que viriam renovar ou fazer novas todas as idéias dos homens a respeito das coisas espirituais.
Vejamos agora, resumidamente, quais são as coisas novas que a Doutrina Celeste nos trouxe:

Na velha Igreja Cristã, Deus é constituído por uma misteriosa Trindade de três pessoas distintas, formando um só Deus verdadeiro. Mistério incompreensível que os fiéis são proibidos de examinar. Na Nova Igreja, Deus é a Vida mesma que criou e anima todas as coisas do universo; Vida que em Si mesma é Amor, Sabedoria e Poder; Pai, Filho e Espírito Santo, na linguagem simbólica da Palavra. O Amor é a própria essência de Deus, a Sabedoria é a Forma ou a manifestação do Amor, e o Poder é a onipotência pela qual o Amor, segundo a Sabedoria, realiza os seus fins. Divino Amor, Divina Sabedoria, e Divino Poder, constituem a Trindade Divina que, assim, nada tem de misterioso ou incompreensível à razão humana.
O homem, criado à imagem e semelhança de Deus, também é, essencialmente, constituído por uma trindade de faculdades: vontade, entendimento e atividade. A vontade é a sede de todos os seus sentimentos, de todas as suas afeições, de todos os seus desejos. O entendimento é a sede de todos os seus pensamentos, de todas as suas idéias, de todos os seus planos. A atividade é a sede de sua força ou capacidade de realização. A faculdade da vontade lhe permite sentir ou amar; a faculdade do entendimento lhe permite idealizar ou pensar; e a faculdade da atividade lhe permite realizar o que ama e pensa.
Nos três primeiros capítulos de “A Verdadeira Religião Cristã”, obra da Doutrina que contém toda a teologia da Nova Igreja, e na obra especial intitulada “Doutrina sobre o Senhor” se encontram em detalhe as coisas novas que a Doutrina Celeste nos ensina sobre a idéia de Deus.

Para a velha Igreja Cristã, o homem, após a morte, se está em condições de ser salvo, depois de passar um tempo mais ou menos longo no Purgatório, sofrendo para se purificar, vai para o Céu, que é um lugar em que se vive em estado de permanente adoração a Deus. Se não pode ser salvo, vai para o inferno onde sofrerá eternamente tormentos inenarráveis, vivendo no meio das chamas infernais que nunca se apagam. Antes, porém, de ir para o seu destino final, o homem tem que aguardar no limbo, o dia do Julgamento Final que se realizará no vale de Josafá, onde se reunirão todas as pessoas que viveram na terra desde o princípio da criação. Aí recuperarão os seus corpos físicos, e é com esses corpos que ingressarão na bem-aventurança eterna do Céu, ou no tormento eterno do inferno. Essas idéias são tão absurdas que não se compreende como puderam ser aceitas por um número tão grande de fiéis. Para a Nova Igreja, o homem, imediatamente depois da morte, ingressa com seu corpo espiritual, no Mundo Espiritual, onde vai viver para sempre a vida do seu amor dominante; amor que adquiriu e cultivou em sua vida terrena.
O Mundo Espiritual divide-se em três partes bem distintas: o Céu, o Mundo dos Espíritos e o Inferno. O Céu é o estado e o lugar em que vivem eternamente aqueles que se salvaram, isto é, que foram regenerados pelo Senhor, porque livremente escolheram o amor a Deus em vez do amor de si, e o amor ao próximo em lugar do amor ao mundo. O Mundo dos Espíritos é um estado intermediário em que os bons concluem a sua preparação para o Céu, e os maus, ao contrário, concluem a sua preparação para o inferno.
O mundo espiritual, em sua aparência externa, é idêntico ao mundo material; lá encontraremos como aqui, montanhas, planícies, lagos, rios, mares, cidades, governos, funções de toda espécie, alimentos, roupas, livros, diversões, etc. A diferença é que, no Céu, todas essas coisas são belas, puras, úteis, agradáveis; no inferno são feias, desagradáveis, nocivas, disformes; e no mundo dos espíritos, há uma mistura de tudo isso, tal qual como na terra. No Céu há o culto periódico ao Senhor, mas não há essa adoração permanente dos católicos, pois os habitantes do Céu — os anjos — têm funções úteis a desempenhar em benefício da coletividade em que vivem.
No inferno não existe o tormento eterno, pois os habitantes do inferno — os diabos ou demônios — têm também os seus momentos de prazer e só se sentem atormentados quando, abusando da liberdade que lhes é assegurada, tentam prejudicar a outros. Enquanto vivem dentre das leis da ordem que regem os infernos, como regem os Céus, eles se sentem satisfeitos com a sua sorte e não querem mudá-la; como um homem viciado aqui na terra, não quer abandonar seu vício. E é só por isso que o inferno é eterno — porque os seus habitantes não querem de modo algum renunciar aos amores maus em que confirmam por sua vida na terra.
Na obra dos Escritos da Nova Igreja intitulada “O Céu e o Inferno” se encontram todas as coisas novas que a Doutrina Celeste nos trouxe sobre a outra vida.

Para a velha Igreja Cristã, a Escritura Santa ou a Palavra consta de todos os livros reunidos sob a denominação genérica de “A Bíblia”, cujo sentido literal e único deve ser interpretado segundo o entendimento de cada um, como prescrevem os líderes do Protestantismo, ou só pode ser corretamente explicado pelo Papa e os concílios, como determina a doutrina dos católicos romanos que, aliás, até bem pouco tempo, proibiam a leitura das Escrituras pelos leigos.
Na Nova Igreja, as Escrituras têm dois sentidos gerais: o da letra (ou externo) e o espiritual (ou interno). E só fazem parte da Palavra os livros da Bíblia que contêm este último sentido; livros esses que são enumerados no parágrafo no 10.325 dos “Arcanos Celestes” e no de no 266 de “A Nova Jerusalém e sua Doutrina Celeste”; entre os quais não se encontram as Crônicas, Esdras, Ester, Jó, Provérbios, Eclesiastes e Cântico dos Cânticos, do Antigo Testamento; nem as Epístolas e os Atos dos Apóstolos do Novo Testamento.
O sentido espiritual, ou o seu espírito, é a vida mesma da Escritura. É pela Ciência das Correspondências entre as coisas espirituais e as naturais que podemos penetrar no espírito da Palavra através do simbolismo de sua letra. Os princípios da Ciência das Correspondências, que se tinham perdido completamente, nos foram agora revelados nos Escritos da Nova Igreja, para nos ajudarem a descobrir na Palavra as verdades espirituais do seu sentido interno. As Doutrinas Celestes da Nova Igreja, reveladas pelo Senhor em Sua Segunda Vinda, por intermédio de Seu servo Emanuel Swedenborg, constituem a coroa de todas as Revelações anteriores e o seu complemento, devendo, por isso, denominar-se “O Novíssimo Testamento” ou a Palavra especial para a Nova Igreja.
No livro dos Escritos intitulado “Doutrina da Nova Jerusalém sobre a Escritura Santa” e no capítulo 4 da “Verdadeira Religião Cristã”, se encontram todas as coisas novas que o Senhor nos revelou em Seu Segundo Advento sobre a Escritura Santa ou a Palavra.

Para a velha Igreja Cristã, a caridade consiste principalmente em socorrer os necessitados, dar esmolas aos pobres, cuidar dos doentes, visitar os encarcerados, consolar os que sofrem. Para a Nova Igreja a caridade é essencialmente o amor ao próximo e, praticamente, se manifesta no exato cumprimento de todos os deveres de nosso cargo ou função no meio em que vivemos. Socorrer os necessitados, dar esmola aos pobres, cuidar dos doentes, visitar os encarcerados e consolar os que sofrem são realmente manifestações de amor ao próximo e, portanto, de caridade; mas são manifestações secundárias, acessórias.
A verdadeira caridade, a essência da caridade, é o amor ao bem público, à felicidade dos outros, e se traduz no fiel e dedicado desempenho de nossas obrigações, porque desta forma estamos concorrendo, na medida de nossas forças, de nossa capacidade para o bem comum, e é este bem comum que constitui o objeto da caridade ou do amor ao próximo.
No capítulo 7 de “Verdadeira Religião Cristã” encontram-se todas as coisas novas que o Senhor nos revelou em Seu Segundo Advento a respeito da caridade.
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Este sermão se tornaria excessivamente longo se fôssemos comentar todas as coisas novas que nos trouxe a Doutrina Celeste da Nova Igreja. Vamos, por isso, fazer agora apenas uma enumeração das coisas novas mais importantes de que ainda não tratamos, citando concomitantemente, as suas fontes nos Escritos de Swedenborg que nos revelam essa Doutrina Celeste.
a)    Doutrina sobre a fé — Capítulo 6 da “Verdadeira Religião Cristã” e a obra especial intitulada “Doutrina da Nova Jerusalém sobre a fé”.
b)    Doutrina de vida — Obra especial intitulada “Doutrina de Vida para a Nova Jerusalém”.
c)    Doutrina sobre a Divina Providência — Obra especial intitulada “Sabedoria Angélica sobre a Divina Providência”.
d)    Doutrina sobre o Amor Conjugal — Obra especial intitulada “As Delícias da Sabedoria sobre o Amor Conjugal”.
e)    Doutrina sobre o Livre-Arbítrio — Capítulo 8º da “Verdadeira Religião Cristã”.
f)    Doutrina sobre a Reforma e a Regeneração — Capítulo 10 da “Verdadeira Religião Cristã”.
g)    Doutrina sobre o Batismo e a Santa Ceia — Capítulos 12 e 13 da “Verdadeira Religião Cristã.
Estas Doutrinas e muitas outras “novidades” que se encontram abundantemente nos Escritos, constituem, em conjunto, a Palavra Especial para a Nova Igreja que o Senhor instituiu por ocasião do Seu Segundo Advento; Palavra que forma a Coroa de todas as revelações do passado, porque ilumina todas elas, dando-nos a significação do seu sentido interno ou espiritual; Palavra que constitui o próprio Advento do Senhor porque é a manifestação racional de Sua Divina Sabedoria; Palavra que ilumina toda a estrutura da Nova Igreja, simbolicamente representada pelo Templo maravilhoso visto por Swedenborg no Mundo Espiritual, em cujo frontispício estava gravada a inscrição “Nunc licet” — “agora é permitido” — que, segundo lhe foi explicado, quer dizer “Agora é permitido entrar intelectualmente nos mistérios da fé”.
O Segundo Advento do Senhor é comemorado pelas corporações da Nova Igreja no dia 19 de junho, de acordo com o parágrafo no 791 da “Verdadeira Religião Cristã”, que diz:
“Depois que esta Obra foi terminada, o Senhor convocou Seus doze discípulos, aqueles que o seguiram no mundo, e no dia seguinte os enviou, a todos, ao Mundo Espiritual, para pregar o Evangelho (A Boa Nova) de que o Senhor Deus Jesus Cristo reina, Aquele cujo Reino será nos séculos dos séculos, segundo o que foi predito em Daniel 7,14 e no Apocalipse 11,15; e que bem-aventurados são aqueles que à ceia das núpcias do Cordeiro foram chamados — Apoc. 19,9 —; isto foi feito no 19º dia de junho de 1770. É isto o que foi entendido por estas palavras do Senhor: ‘Enviará Seus anjos, e eles reunirão seus eleitos desde as extremidades dos Céus até às suas extremidades” (Mateus 24,31).
Amém.

•   1ª Lição:     Daniel 7, 13-14
•   2ª Lição:     Mateus 24, 29-31
•   3ª Lição:     V. R. C. 791