O FILHO PRÓDIGO


Sermão pelo Rev. Willis L. Gladish


“Um certo homem tinha dois filhos; e o mais moço deles disse ao pai: Pai, dá-me a parte da fazenda que me pertence. E ele lhes repartiu a fazenda. E, poucos dias depois, o filho mais novo, ajuntando tudo, partiu para uma terra mui longe, e ali desperdiçou a sua fazenda, vivendo dissolutamente. E havendo ele já gasto tudo, houve naquela terra uma grande fome, e começou a padecer necessidade. E foi, e chegou-se a um dos cidadãos daquela terra, o qual o mandou para os seus campos a apascentar os porcos. E desejava saciar o seu estômago com as bolotas que os porcos comiam, e ninguém lhe dava nada. E, tornando em si, disse: Quantos jornaleiros de meu pai têm abundância de pão, e eu pereço de fome! Levantar-me-ei, e irei ter com meu pai, e dir-lhe-ei: Pai, pequei contra o céu e perante ti; já não sou digno de ser chamado teu filho; faze-me como um dos teus jornaleiros. E, levantando-se, foi para seu pai; e, quando ainda estava longe, viu-o seu pai, e se moveu de íntima compaixão, e, correndo, lançou-se-lhe ao pescoço e o beijou. E o filho lhe disse: Pai, pequei contra o céu e perante ti, e já não sou digno de ser chamado teu filho. Mas o pai disse aos seus servos: Trazei depressa o vestido melhor, e vesti-lho, e ponde-lhe um anel na mão, e alparcas nos pés; e trazei o bezerro cevado, e matai-o; e comamos, e alegremo-nos; porque este meu filho era morto, e reviveu, tinha-se perdido, e é achado. E começaram a alegrar-se. E o seu filho mais velho estava no campo; e quando veio, e chegou perto de casa, ouviu a música e as danças. E, chamando um dos servos, perguntou-lhe o que era aquilo. E ele lhe disse: Veio teu irmão; e teu pai matou o bezerro cevado, porquanto o recuperou são e salvo. Indignou-se, porém ele, e não queria entrar. E, saindo o seu pai, insistiu com ele. Mas, respondendo ele, disse ao pai: Eis que te sirvo há tantos anos, e nunca transgredi o teu mandamento, e nunca me deste um cabrito para alegrar-me com os meus amigos; vindo, porém, este teu filho, que desperdiçou a tua fazenda com as meretrizes, mataste-lhe o bezerro cevado. E ele lhe disse: Filho, tu sempre estás comigo, e todas as minhas coisas são tuas; portanto era justo alegrarmo-nos e folgarmos, porque este teu irmão era morto e reviveu; e tinha-se perdido, e achou-se”.

(Lucas 15, 11-32)

O 15o capítulo de Lucas diz-nos em seu começo: “E chegavam-se a Ele todos os publicanos e pecadores para O ouvir. E os fariseus e os escribas murmuravam, dizendo: Este recebe pecadores e come com eles”.
Há aqui uma séria acusação, segundo a mentalidade daqueles que a faziam. “Este homem recebe pecadores e come com eles”. “Julgai por vós mesmos” — insinuavam eles. “Este homem não pode ser bom. Não pode ser um profeta ou um homem santo, e muito menos o Messias. Ele se mistura publicamente com pecadores, recebendo-os e comendo com eles!”
O Senhor quis defender-se desta acusação, porque amava a todos os homens, mesmo os fariseus e os escribas. A sua vida era o amor pelos homens para salvá-los para Si. Ele não queria que mesmo os presunçosos fariseus permanecessem, sem razão, prevenidos contra Ele. Queria, se possível, alcançar mesmo a eles, desarmá-los de suas desculpas para rejeitá-l’O e conquistá-los. Por isso lhes contou três parábolas, explicando porque se comprazia com a amizade e a companhia dos publicanos e pecadores. Primeiro, Ele os interrogou, dizendo:
“Que homem dentre vós, tendo cem ovelhas, e perdendo uma delas, não deixa no deserto as noventa e nove, e não vai após a perdida até que venha a achá-la? E, achando-a, põe-na sobre seus ombros, cheio de júbilo; e, chegando à casa, convoca os amigos e vizinhos, dizendo-lhes: Alegrai-vos comigo, porque já achei a minha ovelha perdida. Digo-vos que assim haverá mais alegria no céu sobre um pecador que se arrependa do que sobre noventa e nove justos que não necessitam de arrependimento”. (Lucas 15, 4-7)
A significação desta parábola é muito clara (tanto, que deve ter aparecido de alguma forma, mesmo a eles). O Senhor é o homem que perdeu a ovelha. Ele tinha vindo procurar o que se havia perdido. Achou entre os pecadores aqueles que queriam ouvir a Sua voz, que queriam receber a Sua mensagem, que queriam se arrepender de sua má vida e lutar para se tornar melhores. Devia Ele deixar de recebê-los? Devia Ele deixar de ir para o meio deles, de fazer-se amigo deles, fazendo tudo o que lhe era possível para erguê-los e procurar trazê-los para o céu? Os anjos não se regozijariam com Ele por todo pecador que se arrependesse? Se eles mesmos estavam dispostos a fazer tanto por uma ovelha trazendo-a de volta nos ombros e convocando os seus amigos e vizinhos para se regozijarem com eles, quanto mais não se regozijaria Ele, o Salvador do mundo, por todo pecador que se arrependesse e quisesse voltar para Deus e para o céu?
Depois o Senhor lhes disse uma segunda parábola — talvez porque houvesse mulheres presentes, às quais a parábola da ovelha não impressionasse tanto:
“Ou qual a mulher que, tendo dez dracmas, se perder uma dracma, não acende a candeia, e não varre a casa, e não busca com diligência até a achar? E, achando-a, convoca as amigas e vizinhas, dizendo: Alegrai-vos comigo, porque já achei a dracma perdida. Assim vos digo que há alegria diante dos anjos de Deus sobre um pecador que se arrepende”. (Lucas 15, 8-10)
E não contente com lhes ter dado esta dupla explicação de Sua conduta fazendo-se amigo de publicanos e dos que não guardavam estritamente as cerimônias e tradições dos anciãos — denominados por eles como pecadores —, o Senhor acrescentou uma terceira parábola: a história do Filho Pródigo (que constitui a nossa segunda lição da Palavra, neste sermão). Desta vez o Senhor não somente pintou a alegria do Pai Celeste e dos anjos sobre o pecador que se arrepende, mas também, na parte final da estória, referente ao filho mais velho, Ele mostrou aos fariseus quão diferente é o procedimento deles. E era de desejar que houvesse entre os escribas e fariseus alguns que fossem tocados por esta maravilhosa parábola do Divino Amor, e que tivessem a graça de se envergonhar de sua própria atitude para com os pecadores arrependidos.
Até aqui falamos destas três parábolas como se elas tivessem somente a significação do sentido literal; entretanto, elas não foram proferidas só para revelar a ternura e o ardor do Divino Amor pelos pecadores, mas nos falam também da Divina Sabedoria. Elas contêm todos os arcanos do Divino Amor e da Divina Sabedoria, referentes à salvação da raça humana decaída.
A “ovelha perdida” refere-se à perda do bem celestial entre os homens, como aconteceu no tempo do dilúvio. A “dracma perdida” refere-se à perda da verdade espiritual, como aconteceu no fim da Igreja Antiga. Surgiu então uma Igreja em que havia o bem natural e a verdade natural, significados pelos dois irmãos; o irmão mais velho significa os que estão na verdade, o mais moço os que estão no bem. O bem natural perdeu-se, foi transformado em mal, por isso se diz que o filho mais moço foi para um país distante e desperdiçou a sua fazenda vivendo dissolutamente. Mas a verdade natural ficou; entretanto, por fim, restava apenas a forma externa de verdade e do culto. Por isso se diz que o filho mais velho ficou com seu pai. O Senhor veio para restaurar todos eles — a saber — o celestial, o espiritual e o natural.
Em um sentido restrito, o “filho mais velho” significa os fariseus e os escribas, que estavam nas formas externas da religião, de modo que se julgavam isentos de culpa e, portanto, não necessitavam de arrependimento. Imaginavam que podiam dizer como o filho mais velho “Eis que te sirvo há tantos anos, e nunca transgredi o teu mandamento”. No mesmo sentido, o “filho mais moço” significa os publicanos e os pecadores, que reconheciam não ter guardado a Lei, mas estavam agora prontos para ouvir e escutar a voz do Senhor quando lhes ensinava o caminho da vida.
Em um sentido mais lato, o filho mais velho significa a Igreja Judaica que possuía a Palavra Divina e o culto, que tinha a Lei e o Templo. Por isso o pai disse: “Filho, tu sempre estás comigo, e todas as minhas coisas são tuas”. O filho mais moço representa os gentios, que não tinham conhecimento algum do verdadeiro Deus que, entretanto, estavam na caridade e esperavam somente a pregação do Evangelho para aceitar o Senhor com alegria. A atitude do irmão mais velho para com o mais moço representa muito bem a dos judeus para com os gentios a quem eles não queriam que o Evangelho fosse pregado. Como o filho mais moço, ajuntando tudo, partiu para um país distante, assim também os gentios desviados do Senhor tinham perdido todo conhecimento d’Ele e de Sua Palavra, tinham caído na ignorância, na superstição e na idolatria. Os cidadãos daquele país a quem se tinham juntado, e que os mandavam para seus campos para cuidar dos porcos, eram o “príncipe deste mundo”, ou o diabo. Este, o arqui-inimigo da humanidade, levou os gentios a sentir em si mesmos as cobiças suínas da avareza e do adultério.
Entretanto, os gentios, como os publicanos e os pecadores, nada tinham de falso orgulho farisaico daqueles que possuíam a Palavra e o culto, e pensavam que mereciam o céu por causa de sua fé e de sua piedade. Os gentios sabiam que estavam na ignorância de Deus e desejavam ser chamados. Sabiam que estavam no mal da vida e desejavam ser salvos.
Não é acidentalmente que o filho pródigo diz estas palavras: “Quantos jornaleiros de meu pai têm abundância de pão, e eu pereço de fome!” Os judeus, que tinham a Palavra e os conhecimentos para a salvação, eram todos “jornaleiros assalariados”. Eles serviam o Senhor por um preço. Não tinham amor à Palavra por respeito, ou porque ela ensinava o amor a Deus e ao próximo. Guardavam a Lei pensando alcançar com isso a aprovação Divina, e ter assim prosperidade e poder na terra. Serviam o Senhor, não por amor, mas por um salário. Por isso o Senhor muitas vezes os chamava “servos”, como, por exemplo, quando diz: “E conhecereis a verdade e a verdade vos libertará. Ora, o servo não fica para sempre em casa; o Filho fica para sempre. Se pois o Filho vos libertar, verdadeiramente sereis livres” (João 8, 32;35-36).
“O servo não fica para sempre” é uma predição de que a Igreja Judaica devia passar. A Seus discípulos Ele disse: “Já não vos chamarei servos, porque o servo não sabe o que faz o seu senhor, mas tenho-vos chamado amigos, porque tudo quanto ouvi de meu Pai vos tenho feito conhecer” (João 15, 15).
Os judeus nada sabiam da significação interna da Lei; não sabiam também que havia uma vida depois da morte. “O servo não sabe o que faz o seu senhor”. Mas para a Igreja Cristã o Senhor abriu os tesouros da Palavra, mostrando que ela ensina, por toda parte, o amor a Ele e ao próximo. “Mas tenho-vos chamado amigos; porque tudo quanto ouvi de meu Pai vos tenho feito conhecer”.
O Senhor falava sempre por correspondências, pois assim Ele podia corporificar ou abranger todos os arcanos da sabedoria angélica e Divina nas palavras simples de uma parábola. Era devido a essa maneira de falar que Ele podia dizer: “Tudo quanto ouvi de meu Pai vos tenho feito conhecer”. Ele não expôs a eles, certamente, todos os segredos da Divina Sabedoria. Tivesse Ele tentado fazer isso e o mundo não poderia conter todos os livros que seria preciso escrever. Não lhes apresentou todos os tesouros da sabedoria tais como se encontram em Deus Mesmo; mas em uma forma simples adaptada ao seu entendimento e tão maravilhosamente expressa que as suas riquezas se desvendam sucessivamente aos homens e aos anjos, à medida que eles vão se tornando capazes de entendê-los e aproveitá-los.
Isto é verdadeiro em relação ao que foi dito sobre a recepção cordial do filho pródigo: “O pai disse aos seus servos: Trazei depressa o vestido melhor, e verti-lh’o, e ponde-lhe um anel na mão, e alparcas nos pés. E trazei o bezerro cevado, e matai-o, e comamos e alegremo-nos; porque este meu filho era morto, e reviveu, tinha se perdido, e é achado. E começaram a alegrar-se” (Lucas 15, 22-24). O “melhor vestido” significa as verdades gerais e primárias. O “anel na mão” significa conferir-lhe poder e autoridade como filho da casa. Os “sapatos nos pés” significam a conjunção da verdade com o bem no homem externo. O “bezerro cevado” que eles comeriam significa a doação do bem ao natural, com a conseqüente alegria do coração e a consolação com os anjos.
Quando um pecador arrependido cai em si, compreende o seu estado miserável, e volta-se para seu Pai Celeste abominando seus males, a sua primeira necessidade é um conhecimento das verdades primárias da salvação, as verdades vitais a respeito de sua própria atitude para com Deus e seu próximo. É por estes conhecimentos que ele suspira, e são esses os primeiros que lhe são dados pelos servos do Senhor, pelos professores e pregadores, e pela própria Palavra. Estas verdades são representadas pelo “melhor vestido”, pois como uma bela roupa veste e enfeita o corpo, assim também as verdades da vida vestem e enobrecem a mente.
O “melhor vestido” aqui é a mesma coisa que “a vestimenta de núpcias” mencionada em outras parábolas do Senhor. Nos países orientais os convidados para bodas deviam aceitar e usar as vestimentas nupciais fornecidas pelo anfitrião. Desse modo, na volta do filho prodigo era de se esperar que se usassem hábitos de pensamento em harmonia com os anjos que residem na presença do Senhor. Aquele que assim veste a sua nudez com vestimentas da retidão pode ser aceito na casa do Pai; os outros devem ser expulsos e lançados nas trevas exteriores.
O “anel na mão”, como o sinete do Senhor, é para conferir o poder e a autoridade como filho. Aquele cujo homem interno está regenerado, cujos pensamentos são verdadeiros segundo um genuíno entendimento e amor da verdade, entra no poder e na autoridade de um filho de Deus. Não é mais um estranho, nem mesmo um assalariado, mas o Senhor lhe dá poder e autoridade em seu lugar e em seu posto, exatamente como o Senhor Mesmo tem poder e autoridade.
A razão dos sapatos representarem a regeneração do homem externo é porque os sapatos vestem os pés; e os pés, como a parte mais baixa do corpo, representam a vida inferior e externa. A ordem da regeneração é esta: primeiro, o interno e depois o externo. Os verdadeiros motivos, princípios, pensamentos e intenções devem, primeiro, ser estabelecidos no homem interno; isto corresponde ao “melhor vestido”. Depois, pelo novo interno, o externo será reformado e regenerado. A conduta externa deve concordar com a nova fé. Este novo código de moral e de lei civil é representado pelos sapatos colocados nos pés do filho pródigo. E quando ambos, o interno e o externo, estão assim vestidos com as vestimentas do céu, então o Senhor dá gratuitamente o pão do céu. Ele alimenta a alma faminta e dá a alegria e o prazer que o mundo não pode dar. Esta doação do bem é significada pela festa com música e danças.
A história do Filho Pródigo ensina a atitude para com o Senhor, atitude que é aceita por Ele e que contrasta com a que não é aceita. Não quer dizer que o Filho Pródigo era um pecador maior do que o filho mais velho nos atos externos de desregramento. O Senhor fala simplesmente de acordo com o que cada um pensa de si mesmo. Ele chamou a um deles de pecador porque este se reconhece como tal. O filho mais velho não reconhece em si nenhum ato mau, como vemos no versículo 29: “Eis que te sirvo há tantos anos e nunca transgredi o teu mandamento”.
“Ele veio não para chamar o justo, mas o pecador ao arrependimento”, não porque os pecadores precisem se arrepender mais do que os que se julgam justos. A verdade é que os fariseus que se julgavam justos e por isso desprezavam o próximo, estavam mais afastados do Senhor do que os grandes pecadores. Os fariseus tinham fechado a única porta de acesso ao Senhor, que é a humildade.
Não é uma vida impecável — aos olhos dos homens — que abre o coração do Senhor; nem é uma má vida a seus olhos, que necessariamente O rejeita. Todos os homens são criados para viver pelo Senhor, para saber e apreciar, por assim dizer, que todo bom impulso e toda verdade é d’Ele em nós, que n’Ele nós vivemos e nos movemos e temos o nosso ser, e que sem Ele nada podemos fazer. Entretanto, Ele divide os Seus haveres com ambos os filhos. Ele dá a todos os homens a aparência de que eles vivem e amam e pensam por si mesmos. Quem quer que reivindique a sua vida como propriamente sua, e procure vivê-la como tal, afasta-se do Senhor e perverte todos os Seus dons. Volta-se do bem para o mal, e come da árvore do conhecimento em vez da árvore da vida. Estes perdem-se “em um país distante”.
O “filho mais velho” representa aqueles que executam as formalidades da religião, que são externamente morais e piedosos. Em certo sentido eles estão “sempre com o Senhor”. Invocam o Seu nome; jejuam e fazem longas preces. Mas não têm a mínima idéia do que é a religião genuína, a qual, acima de tudo, consiste em sentir-se necessidade do Senhor, em amá-l’O supremamente, desejar o Seu amor e preparar-se para ser Seu filho, e depois sentir, por Ele, o amor de servir aos outros homens que é o Divino Amor.
Estas coisas os fariseus nunca sentiram. Não acreditavam na bondade do Senhor, mas acreditavam na sua própria retidão. Acusavam o Pai de cometer injustiça, como o “filho mais velho” da parábola, quando disse: “Nunca me deste um cabrito para alegrar-me com os meus amigos; vindo, porém, este teu filho, que desperdiçou a tua fazenda com as meretrizes, mataste-lhe o bezerro cevado”.
Aquele que pensa merecer o céu por sua própria retidão não sente prazer algum em seu serviço. A sua secreta alegria está em fazer o mal. Para agir direito ele precisa se constranger, indo de encontro às suas próprias inclinações, com a esperança de alguma recompensa no céu ou na terra. Por isso o Senhor não pôde fazer por ele nenhuma festa de regozijo. O seu serviço é uma renúncia e um pesar. A sua religião é uma tarefa e uma carga pesada.
Não é assim com o filho pródigo que vem de volta. Ele sentiu a dor da fome e da solidão. Volta com alegria para a casa de seu Pai. Nenhuma alegria terrena é comparável para ele ao prazer de servir ao Senhor. Sentir a Divina presença e aprovação, ter permissão para cooperar com o Senhor no serviço dos filhos necessitados do Pai, é a única dádiva a qual ele aspira. A religião não é para ele uma questão de ritual e de penosa abstinência. É uma coisa da vida, da realidade, de alegria e de amor. Pois estava morto e reviveu; tinha carência de tudo, e agora tem abundância de tudo que seu coração deseja. Estava perdido e afastado da casa do Pai; está agora em casa no meio de festa, música e danças; e mora aí, trazido pelo Senhor que lhe dá a vida de Si Mesmo e em Si Mesmo, e se regozija pelo arrependimento deste seu filho, como não podia se regozijar por aquele que não se arrepende.
Amém.

•   1ª Lição:     Isaías 42
•   2ª Lição:     Lucas 15
•   3ª Lição:     H. H. 319