DEVER PARA COM A IGREJA UNIVERSAL


Sermão pelo Rev. Erick Sandstrom


“E as tuas portas estarão abertas de contínuo, nem de dia nem de noite se fecharão; para que tragam a ti as riquezas das nações, e, conduzidos com elas, os seus reis. Porque a nação e o reino que te não servirem perecerão;
e as tais nações de todo serão isoladas”.

(Isaías 60, 11-12)

Internamente consideradas, estas palavras falam à Igreja Específica, e a respeito da Igreja Universal. A ordem Divina dirige-se à Igreja Específica: “As tuas portas estarão abertas de contínuo, nem de dia nem de noite se fecharão”; e isso para que a Igreja Universal, simbolizada pelas “nações e seus reis”, possa entrar.
A Igreja do Senhor é interna. Não é uma organização humana, embora — convém dizer — aqueles que estão nela, ou antes, aqueles que procuram o Senhor e pedem que Ele os prepare para a Sua verdadeira Igreja, unam e organizem os seus usos, coordenando-os para que se tornem mais eficientes. Contudo, é importante não confundir a idéia da organização da Igreja com a própria Igreja. A própria Igreja, é idêntica ao Reino de Deus sobre a terra, “que não vem com aparência exterior; nem dirão: Ei-lo aqui, ou Ei-lo ali; porque eis que o reino de Deus está dentro de vós” (Lucas 18,20).
A Igreja do Senhor — Específica e Universal — é uma Igreja das mentes, uma Igreja da afeição pelo bem e da percepção da verdade. É uma Igreja de usos espirituais, quer dizer, de usos que dão testemunho do Reino de Deus e de Sua Justiça. Por isso esta Igreja não é limitada no espaço. Está por toda parte no globo terrestre, onde há alguma boa vontade para se deixar conduzir pelo caminho de Deus, ou pelo menos, algum resto dessa boa vontade.
Sabemos, porém, que o conhecimento da ordem Divina está quase extinto sobre a terra. Nos chamamos países civilizados, a religião dos cinco sentidos, isto é, a ciência puramente materialista e a satisfação dos desejos sensuais está caminhando rapidamente para a completa destruição de todos os vestígios da religião do Deus vivo. E nas nações gentias, por sua vez, as verdades parecem estar profundamente sepultadas no solo compacto de um misticismo já gasto ou de um tradicionalismo incontestado.
Entretanto, embora fracos, os restos da inocência e da justiça são preservados pela onipotência da Divina Misericórdia. “A cana trilhada não quebrará, nem apagará o pavio que fumega” (Isaías 42,3). Os homens e as mulheres assim preservados, no mundo, para o Reino de Deus, não estão livres. As suas almas e os seus corações estão oprimidos. Os seus desejos legítimos ocultos, quase inconscientes, não são alimentados. Os seus próprios pensamentos e afeições naturais, insinuados pelo mundo — isto é, impostos a eles pelo mundo, sendo animados e instigados pelo mundo — fecham as portas de seu interno. Por isso são, com razão, chamados na Palavra “os oprimidos”; e a ordem é esta: “Ajudai o oprimido” (Isaías 1,17).
Conquanto seja verdade que o meio ambiente não faz o caráter do homem, mas apenas fornece os materiais para a sua formação, pode-se ver prontamente que, se não houver suprimento equivalente às necessidades das relíquias do Céu, então não haverá coisa alguma com que estas relíquias possam exprimir-se, sair e entrar como fazendo parte da vida do homem. Elas estão “oprimidas” porque, como relíquias provenientes de uma era passada de vida espiritual sobre a terra, não podem segurar a humanidade e desviar as rodas da destruição que se movem sobre a estrada da libertação. Elas formam, no mundo, a débil consciência da raça humana que impede o imediato e completo colapso da sociedade humana, mas não podem sobreviver indefinidamente. Precisam ser despertadas, trazidas para fora, postas em atividade, estabelecidas firmemente e alimentadas. “Ajudai o oprimido!”
Aqueles que no mundo estão espiritualmente oprimidos, e os que são chamados para ajudá-los formam conjuntamente a Igreja do Senhor sobre a terra. Os últimos não somente têm boa vontade para se deixar guiar no caminho de Deus, como também possuem conhecimentos dos fins Divinos e das leis de Sua Vontade. Estes homens e mulheres constituem aquela parte da Igreja Universal do Senhor que é semelhante ao coração e aos pulmões, e é chamada a Igreja Específica. O resto é compreendido pelo inexpressivo nome de Igreja Universal, embora seja comparável apenas ao corpo, com exclusão do coração e dos pulmões, mas que responde universalmente aos usos destes órgãos.
Hoje, a Igreja que se intitula cristã, não é a Igreja Específica. Pois esta Igreja não tem conhecimento do Senhor, a não ser em um sentido histórico, e nem se pode dizer que tenha a Palavra de Deus. O Antigo e o Novo Testamentos estão realmente nas mãos dos homens, mas não como a Palavra de Deus, pois a sua Divina mensagem não é compreendida e ainda menos aplicada à vida. Em nossos dias, o Antigo e o Novo Testamentos são livros fechados, e fechados quanto ao que realmente se fala neles, e crescentemente fechados e desprezados como mero papel impresso.
Tendo assim substituído as doutrinas de Deus pelos mandamentos dos homens (Mateus 15,9), a Igreja introduziu o elemento de decadência em seu corpo, e expôs-se ao julgamento da Divina Verdade. Por isso não pode ser chamada “A Igreja”, cabendo-lhe, quando muito, a denominação de “A Velha Igreja”, significando esse nome que a sua igreja era como que um testemunho das coisas Divinas pertencentes ao passado. Nem é esta Velha Igreja uma parte qualquer da Igreja Universal, pois a Igreja Universal compõe-se das relíquias da Velha Igreja, e também das relíquias das Igrejas anteriores que ainda restam nas nações gentias.
A descrição das relíquias foi dada em nossa terceira lição, onde se vê também que o estado dos que são comumente chamados “gentios” é, em geral, melhor do que o daqueles que podem ser chamados “gentios cristãos”. Nessa terceira lição encontramos o seguinte:
“Entre os gentios, há muitos que sabem pela luz racional, que há um Deus, que este Deus criou todas as coisas e que Ele conserva todas as coisas; que d’Ele procede todo bem e, por conseqüência, todo vero; e que a semelhança com Ele faz o homem feliz; e além disso, eles vivem segundo a sua religiosidade no amor por esse Deus e no amor para com o próximo; pela afeição do bem eles fazem as obras da caridade, e pela afeição do vero adoram o Ser Supremo (...) e embora não conheçam o Senhor quando estão no mundo, entretanto acontece que eles têm em si o culto e o tácito reconhecimento do Senhor quando estão no bem, pois em todo o bem o Senhor está presente”. (A. C. 3263)
Deve-se notar que nesta passagem, se faz referência a duas coisas que caracterizam um gentio como membro da Igreja Espiritual do Senhor (como é aqui chamada a Igreja Universal): primeiro, o reconhecimento de um Ser Supremo, de que provêm todas as coisas que pertencem à vida; e segundo, a vida de amor para com o próximo.
Estas duas coisas correspondem ao coração e aos pulmões da Igreja Específica, onde a pulsação do coração é o culto pela fé no Senhor e a respiração do pulmão é a vida de usos, isto é, onde a pulsação do coração é o culto pela fé na vida do Senhor Jesus Cristo, o Deus Visível, o Divino Pastor, que abertamente fala a Seu rebanho, dizendo-lhe audível e inteligivelmente: “Segui-me”; e onde a respiração do pulmão é a vida de usos que resulta da renúncia ao mal como pecado contra a ordem revelada pelo Senhor.
Evidentemente, as duas coisas que preservam um pouco do espiritual na Igreja Universal não são iguais em valor aos dois essenciais da Igreja Específica; mas são apenas semelhanças remotas desses essenciais. Pois a volta tateante para um Ser Supremo, cuja existência é admitida, mas cuja natureza é desconhecida, não pode ser comparada ao culto de Deus conosco, Emanuel, o Senhor — adorado pela Igreja Específica. Nem a benevolência e a retidão na vida cotidiana podem ser assemelhadas ao esforço consciente para resistir aos secretos impulsos do interesse próprio e das aspirações mundanas que barram o fluxo da vida espiritual e celestial no homem.
Contudo, é importante notar que o eco remoto da verdadeira harmonia da vida que ainda soa no íntimo dos corações dos gentios corretos — cristãos ou não — constitui o único meio de apelo para a regeneração. Sem estas duas coisas — o reconhecimento de um Ser Supremo e a vida do bem — não existiria uma base para a evangelização, não existiria, no corpo, tecido algum suficiente sadio para corresponder, apropriando-os, aos dons que lhe são trazidos pelo reino do coração e pelo reino dos pulmões.
Daí decorre, conseqüentemente, o dever da Igreja Específica para com a Igreja Universal. “As tuas portas estarão abertas de contínuo, nem de dia nem de noite se fecharão, para que tragam a ti as riquezas das nações e, conduzidos com elas, os seus reis”. Os que não são da Igreja Universal não podem vir. Estes mataram em si as relíquias da inocência, ou estão em vias de fazê-lo; esses não querem ser guiados; esses não têm ouvidos para as ordenações do Senhor; esses não têm desejo de combater o egoísmo e o materialismo, pois constituem os seus únicos amores; esses não têm mesmo consciência alguma que perturbe a paz do seu eu satisfeito.
Por isso eles contrariam tudo que tem vida neles, tudo o que é construtivo e progride; tudo que desperta e eleva; tudo que estabelece ideais para a eternidade e faz voltar a beleza das formas e dos conceitos verdadeiros. E por isso, também, não podem perdurar. Por algum tempo, sim; isto é, enquanto a Igreja Universal está oprimida, mas não quando ela é socorrida e refloresce com a riqueza do poder que lhe é dado, o qual provém de todas as verdades genuínas da vida, que antes estavam esperando à porta e batendo. Assim “a nação e o reino que te não servirem, perecerão; e as tais nações de todo serão assoladas”.
Certamente, na medida em que a Igreja Universal é libertada, haverá conflitos sobre esta terra, de significação infinitamente maior do que qualquer das guerras de forças armadas do passado. Que formas estes conflitos tomarão, não sabemos. Nem conhecemos os seus vários períodos, ou a sua duração. Mas sabemos que esses conflitos serão a guerra do Senhor dos Hostes, e sabemos que Ele cavalgará nela como a Palavra de Deus, e que Ele ferirá as nações com uma afiada espada que sairá de Sua boca. E também sabemos que os exércitos daqueles que têm os seus corações e mentes no céu O seguirão (Apoc. 19, 13-15).
Na realidade pode ser que esta batalha já tenha começado em pequena escala; pois a Igreja Específica talvez já se tenha tornado, de alguma forma, um desafio ao príncipe do mundo. Entretanto, uma coisa diferente terá lugar quando a Igreja Específica começar realmente a penetrar em todo o mundo, para reunir os eleitos de todos os cantos da terra. E tornar-se-á claro para nós que, embora a guerra seja do Senhor, pois Ele é o seu único Diretor, e fornece todas as armas da verdade nela empregadas; entretanto, Ele a empreende por meio de Seu povo, não por Sua própria causa, mas por causa desse povo.
O mundo já está dividido. Há as relíquias e há o opressor. E nada neste mundo tem realmente importância comparável à da libertação dessas relíquias. Pois esta libertação significa o restabelecimento do reino do Senhor sobre a terra; significa a derrota do egoísmo e da vida mundana — que carregam no seu íntimo a morte da humanidade —, e significa também a formação da Igreja Universal da Nova Igreja do Senhor.
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Evidentemente, a Igreja Específica que recebe o chamado para esta obra do Senhor é, hoje, o começo da (viva) Nova Igreja, erguida pelo Senhor por meio de revelação das Doutrinas Celestes. Esta Igreja — devemos repetir — não é idêntica à Igreja organizada. Compõe-se daqueles somente, dentro da Igreja organizada ou fora dela, que têm cingidos os seus lombos, e acesas as suas candeias” (Lucas 12,35); quer dizer, esta Igreja é composta daqueles que fazem uso das verdades que possuem, ou pedem ao Senhor para auxiliá-los a fazer isso. E se estes estão numa organização cujas preces são para servir ao Senhor, está muito bem; e se não estão, é claro que procurarão contato com outros de igual mentalidade, para coordenar os seus esforços de modo a viverem a vida celeste.
Seja como for, é à Igreja Específica — a Nova Igreja como existe, hoje, nos corações e nas mentes dos homens — que as palavras de nosso texto são dirigidas: “As tuas portas estarão abertas de contínuo, nem de dia nem de noite fecharão”. Como se deve entender isso?
É verdade que a Igreja Específica desempenha usos para a Igreja Universal; a princípio, de uma maneira invisível e puramente interna; pois o próprio pensamento da vida espiritual, junto com a afeição por ela, comunica-se com o Céu — o novo Céu — e une o Céu e a terra, para possibilitar aos anjos de Deus estar também com os homens e as mulheres da Igreja Universal, trazendo-lhes, de forma apropriada, o influxo do calor e da luz do Sol do Céu. Mas, em segundo lugar, é também verdade que o pensamento e a afeição espirituais não são reais a não ser que haja ao mesmo tempo algum esforço para efetivar o amor do Reino do Senhor por obras reais de genuína caridade.
A Igreja Universal certamente se apresenta como um dos graus do próximo, que somos concitados a amar como a nós mesmos. E, por fim, o influxo do Céu sobre a Igreja Universal não será de proveito algum a não ser que haja também formas apropriadas e preparadas que se ofereçam para receber esse influxo.
O caso de que se trata pode ser comparado ao princípio da germinação das plantas saindo da terra. A fim de que alguma coisa possa crescer, quatro elementos são necessários. Primeiro, deve haver elementos nutritivos no solo; segundo, deve haver a semente; terceiro, deve haver a chuva; e quarto, deve haver o sol. Naqueles que são da Igreja Universal, os elementos nutritivos são as relíquias armazenadas em suas mentes; a chuva é o influxo do Céu; a semente é a verdade da Palavra; e o sol é o Sol do Céu, em cujo centro está o Senhor. Quando estes quatro elementos agem juntos, uma coisa nova começa a crescer na mente, uma nova criação do Senhor tem lugar. Esta coisa nova no homem é a Nova Igreja.
Intimamente consideradas, todas estas coisas são feitas pelo Senhor. Ele implanta as relíquias, Ele mesmo é o Sol do Céu, Ele influi através das afeições angélicas, e Ele é a Semente da Divina Verdade. Por isso, nos sentido mais alto, o Senhor somente é a Porta da Salvação, e esta Porta está continuamente aberta. De modo tangível, esta Porta é constituída pelos Escritos da Nova Igreja, em que o Senhor recebe quem quer que procure sinceramente o Seu Reino. Entretanto, como sabemos, o homem é chamado a cooperar na obra Divina da Salvação, como os anjos também o são. E ele faz isso mantendo as portas de sua mente continuamente abertas.
Mas, assim como o Senhor não espera passivamente que venham procurá-l’O, mas sai à procura de toda ovelha perdida do Seu rebanho, assim também o homem não deve esperar passivamente. As portas devem ser abertas não somente para a entrada, mas também para a saída; e nisto o indivíduo da Igreja Específica está imediatamente interessado.
Raramente refletimos sobre quanto há para fazer. Todas as coisas devem ser feitas de novo! — todas, exceto as formas do inferno, que devem ser expulsas para sempre. “A nação e o reino que te não servirem, perecerão”. Mas há inúmeros valores, úteis em suas formas, embora inteiramente vazias de qualquer conteúdo espiritual e vivo, que por isso precisam ser feitas de novo. “As riquezas das nações e os seus reis”, que devem ser trazidos através das portas, representam não somente todos os que estão no bem e, por isso, na verdade (A. E. 208), mas também, no sentido absoluto, todo bem e toda verdade; “as nações”, referindo-se ao bem, e “seus reis” às verdades.
Mas desde que, nesse ponto de vista, os bens e as verdades são significados — bens e verdades que foram privados de seu conteúdo e propósitos espirituais —, evidentemente esses bens e verdades nunca poderão ser trazidos para a Nova Jerusalém como estão em suas formas gastas. Precisam ser reformados pelo Céu, vivificados pelo interior.
O mundo conhece muitas leis no campo das artes e das ciências. Todas elas sofreram violações, pois nenhuma é aproveitada para glorificar o Senhor e conduzir para o Seu Reino. Entretanto, elas são verdades em si mesmas, e podem ser empregadas para cantar louvores a Deus. Assim também há muitos hábitos de polidez, morais e bons, que interiormente não estão abertos para o Céu e que, em conseqüência, são formas mortas; mas que, não obstante, podem ser ressuscitadas para a vida.
A vida humana é uma e indivisível. Não há coisa alguma sob o céu que esteja fora do reino dos fins no homem, isto é, que esteja além do alcance de seu amor dominante. Todas as coisas devem ser reunidas em um todo harmônico.
“Então o verás, e serás iluminado, e o teu coração se espantará e alargará; porque a abundância do mar se tornará a ti, e as riquezas das nações virão a ti (...) Quem são estes que vêm voando como as nuvens, e como pombos às suas janelas? Certamente as ilhas me aguardarão, e primeiro os navios de Tarsis para trazer teus filhos de longe, a sua prata e o seu ouro com eles, para o nome do Senhor teu Deus, e para o Santo de Israel, por quanto te glorificou”. (Isaías 60, 8-9)
Olhemos para o mundo em volta de nós! Há maravilhosas realizações da ciência mecânica; contudo, há nelas muito pouco que não seja louvor ao príncipe deste mundo; há muita literatura habilmente escrita, cheia de fatos e de observações, mas raramente faz voltar os corações para Deus. Mesmo no mundo da justiça civil e das negociações políticas há ainda algum esforço para conservar a aparência da dignidade da lei e dos tratados, mas sabemos que publicações e prática são coisas diferentes em nossos dias.
Todas essas coisas, e inúmeras mais, devem ser feitas de novo. E quem as fará novas, a não ser a Igreja Específica, agindo em nome do Senhor? Fazer isso é realmente fazer as obras espirituais da caridade, pois todos os atos que fazem voltar as mentes para o Senhor são uso do Reino do Senhor. É fazer resplandecer a nossa luz diante dos homens, para que vejam as nossas boas obras, e glorifiquem o nosso Pai que está nos Céus (Mateus 5,16).
São estas as duas razões pelas quais todas as formas — exceto as abertamente pervertidas — devem ser feitas novas: a primeira, é que as mentes simples, isto é, em sua maior parte, as dos homens da Igreja Universal, estão em confusão pela perpétua mistura de valores aparentes com motivos e meios corruptos; e a outra razão é que todas as formas capazes de serem preenchidas com a vida pertencem ao Senhor somente. Elas foram separadas d’Ele, mas devem voltar para Ele.
Por isso um vasto campo de usos está aberto para a Igreja Específica. Só gradual e lentamente pode a Igreja entrar neste campo, e nunca, sobre esta terra, poderá repousar inteiramente de seu labor. Mas certamente, o meio primordial de conservar as suas portas continuamente abertas será sempre o preenchimento de usos que glorifiquem o Senhor e beneficiem a humanidade.
O primeiro trabalho tem que ser feito junto às relíquias da Igreja Cristã: “Mas ide antes às ovelhas perdidas da casa de Israel” (Mateus 10,6). Depois o dever se estende ao resto da Igreja Universal: “Ainda tenho outras ovelhas que não são deste curral; também me convém trazer estas, e ouvirão a minha voz” (João 10,16). Por fim, “do Senhor é a terra e a sua plenitude, o mundo e aqueles que nele habitam” (Salmo 24,1), porque então “haverá um rebanho e um Pastor” (João 10,16).
Amém.

•   1ª Lição:     Isaías 60, 1-18
•   2ª Lição:     João 10, 1-18
•   3ª Lição:     A. C. 3263,2