A SABEDORIA DO AMOR


Sermão pelo Bispo George de Charms


“E plantou o Senhor Deus um jardim do Éden, da banda do Oriente:
e pôs ali o homem que tinha formado”.

(Gênesis 2, 8)

Todo amor contém em si sabedoria correspondente. O amor produz, por si mesmo, sabedoria, inteligência e entendimento. É da própria natureza do amor fazer isso. O Divino Amor produz por si mesmo a Sabedoria de que se reveste, apresentando as formas que o trazem ao alcance da visão e da percepção do homem, dando-lhe prazer e inspirando-lhe a retribuição pelo amor a Deus. É esta a ordem da vida. Foi dessa forma que se fez a criação original, isto é, pelo Amor segundo a sabedoria, como vemos no Evangelho de João: “No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus. Ele estava no princípio com Deus. Todas as coisas foram feitas por Ele, e sem Ele nada do que foi feito se fez”.
A Divina Sabedoria, que aqui é chamada o Verbo, aparece em todas as coisas criadas como a Ordem — uma ordem tão sábia, tão perfeita, que olhamos para ela com espanto e admiração. Desde os movimentos regulares dos planetas em suas órbitas, onde se mantêm exatamente ajustados, em relação perfeita, embora estejam separados uns dos outros por miríades de quilômetros de espaço aparentemente vazio — embora cada um gravite em sua própria órbita e gire em torno de seu eixo a velocidades tão grandes que nem se pode imaginar —, até a ordem maravilhosa que se observa nas mínimas unidades conhecidas da natureza, movendo-se com a mesma rapidez, a mesma exatidão de direção, com os mesmos efeitos infalíveis, produzindo harmonia, beleza, função orgânica e uso, tudo isso dá testemunho da sabedoria que existe escondida no amor.
Este universo inteiro da criação material é chamado na Escritura Sagrada de jardim — um “jardim” que Jeová plantou no Oriente do Éden e onde “pôs o homem que tinha formado”. No sentido literal da Palavra, o jardim aqui referido foi o lugar do nascimento da raça humana, a região em que Adão e Eva moravam antes da queda. Espiritualmente interpretado, porém, este trecho abrange uma significação muito mais vasta. Pois a palavra Éden, que na língua hebraica quer dizer prazer significa no sentido espiritual, amor. Porque o prazer nada mais é que o amor quando é recebido e sentido.
O Éden era o jardim do prazer porque era o jardim do amor do Senhor. Foi no Éden, ou no amor do Senhor, que Jeová Deus plantou um jardim. A palavra traduzida por jardim é derivada, na língua original, de uma raiz que significa cobrir ou proteger. Esse mesmo termo, porém, envolve também a idéia de ordem — é a ordem e harmonia de sua plantação que diferencia um jardim de uma mata virgem. Assim, pela afirmação de que Jeová Deus plantou um jardim no Oriente do Éden é significado que o Divino Amor, produzindo a criação, revestiu-se com uma coberta, uma vestimenta, uma proteção, de formas maravilhosas de ordem e de beleza que, vistas em conjunto, apresentam à vista um verdadeiro jardim de Sabedoria Divina. E neste jardim da verdade celeste, Jeová Deus “pôs o homem que tinha formado”.
Só o homem, a última das criações de Deus, era capaz de viver no jardim do Éden. Porque morar no jardim do Éden é perceber, compreender e gozar a Divina Sabedoria aí desvendada e, assim, conscientemente, receber e reconhecer o Divino Amor. Esta vida não pode ser dada às formas inferiores da criação.
Em cada amor, quer dos animais, quer dos homens, o Senhor implantou sabedoria, mas só ao homem Ele a revelou. Em cada Éden Ele plantou um jardim. Cada amor finito contém no seu íntimo, aparentemente criado por si mesmo, em virtude de sua própria vida inerente, o poder de tirar do caos uma certa ordem. Os animais não são mais do que amores em formas apropriadas. Cada um tem um amor particular como alma, proveniente da vida de Deus. E nessa alma está impressa a ordem de sua própria vida, pela qual ele cria, como que espontaneamente, seu próprio mundo, seu próprio corpo e cérebro, e dá a esse corpo e cérebro a sabedoria necessária à sua preservação e proliferação.
Por esta ordem, inerente à sua alma, escondida no íntimo do seu amor, o animal conhece instintivamente tudo o que é essencial à sua felicidade. A sabedoria está presente no amor e provém dele livremente como resultado natural de sua atividade. Mas o animal não mora no jardim. Não compreende, não entende, não percebe a sabedoria ou a beleza do mundo em que vive. Não tem o poder de refletir. Sente, simplesmente, o seu próprio amor, responde impensadamente às exigências naturais desse amor, e assim é levado cegamente a seguir a ordem impressa sobre ele, não sabendo o que faz.
Nesse jardim da sabedoria, porém, “Jeová Deus pôs o homem que tinha formado”. Ao homem foi dado o poder de ver e apreciar a beleza do jardim, de compreender que era um dom de um Deus sábio e amante, a Quem podia elevar seu coração cheio de gratidão e louvor. O homem pode fazer isso devido à ordem impressa nele por criação. Porque o homem não é uma simples afeição ou amor, como o animal. É um complexo de muitas afeições. Sua alma abrange muitos amores finitos de vários graus. E todos esses amores podem ser sentidos, suas variedades podem ser percebidas; comparações e contrastes podem ser estabelecidos entre elas. Nisto reside o humano essencial. É isto que faz com que o homem seja homem. É isto que lhe dá liberdade, e com a liberdade, uma mais elevada, uma mais perfeita imagem e semelhança de Deus. Pois dessa comparação e contraste provêm a razão e o julgamento com seu poder de escolha.
Contudo, o homem no começo, era como o animal; foi criado na ordem de sua vida. Essa ordem era amar a Deus sobre todas as coisas. Esse amor do Senhor estava impresso em sua alma íntima, e criou em sua mente o seu mundo próprio de pensamentos, afeições e prazeres. Espontaneamente reduziu a uma ordem verdadeira todas as variedades do amor que havia nele, sendo as afeições mais baixas e grosseiras do corpo subordinadas aos mais altos e mais refinados prazeres do espírito. Das afeições inferiores, que nascem em primeiro lugar, ele ascendia gradualmente e como que espontaneamente, percebendo sempre harmonias cada vez mais profundas e verdades da sabedoria espiritual cada vez mais elevadas, até atingir à mais alta felicidade do céu. As coisas da ordem eram para ele um verdadeiro alimento de que seu espírito se nutria.
Cada instinto do seu ser impelia-o a adquirir esta harmonia celeste, em cuja percepção encontrava a felicidade e a paz da alma. Não necessitava aprender as verdades espirituais por um raciocínio persistente, por um longo e ansioso tatear nas trevas. Sob o vivo impulso do seu amor inato, as coisas que lhe vinham do mundo da natureza através dos sentidos eram, por assim dizer, imediatamente moldadas na forma do céu e abriam para ele, miraculosamente, uma visão do amor e da sabedoria do Senhor.
Estas roupagens revestidas pelo Divino Amor na primitiva criação, desvendadas facilmente pela mente do homem, abriam para ele seu coração, abriam para ele as formas da Divina Verdade que estavam em seu íntimo em toda a beleza da santidade. Assim “Jeová Deus colocou o homem no jardim que tinha plantado no Oriente do Éden” e preparou para ele um céu de eterna felicidade.
Pois o Éden — esse jardim de infindável felicidade humana, de contínuo progresso na percepção e gozo do Divino Amor e da Divina Sabedoria, é o céu. No outro mundo, estas formas da sabedoria são vistas efetivamente, em torno dos anjos, como jardim cheio de uma grande variedade de árvores, arbustos e flores, cujas formas, cores e disposição ultrapassam em beleza o que de mais elevado alcança a imaginação humana. Para esse jardim vão depois da morte todos os homens que amam o Senhor. Para uns ele é de maior beleza do que para outros, de acordo com a profundidade do amor que receberam e retribuíram a Deus. Mas para cada homem que O ama, Jeová Deus plantou um jardim no Oriente do Éden, provendo-lhe uma morada da felicidade e alegria para sempre.
A história do terceiro capítulo do livro da Gênesis, relatando a tentação da serpente e o ato de comer da arvore do conhecimento do bem e do mal, e como foi o homem expulso do jardim por causa desse ato de desobediência é, quando espiritualmente compreendida, a história de como o homem inverteu a ordem de sua vida. Isto, os animais não têm o poder de fazer. Mas essa mesma complexidade de afeições e prazeres que dá ao homem o poder de refletir, de comparar e de contrastar, que abre para ele a consciente recepção do amor e da sabedoria que lhe vem de Deus, traz consigo também a possibilidade de escolher um bem inferior, de permanecer em um prazer externo. Concede-lhe a sabedoria de não seguir os ditames de seu amor mais elevado, mas preferir antes os de uma afeição inferior.
E quando, por causa disso, um amor inferior deixa a posição de servo para tomar a posição de senhor e começa a governar sobre um amor mais elevado, então toda a ordem da mente fica invertida. O homem começa a ver as coisas de um modo novo. Começa a entendê-las diferentemente. A verdadeira ordem fica encoberta para ele. Sai do jardim de Deus para um mundo de sua própria criação — um mundo que este amor inferior fez para si mesmo no interior de sua mente. Pois embora o amor agora dominante esteja fora da ordem, contudo, pelo fato de ser um amor, conserva o poder de criar, de construir um mundo de formas com que se reveste e através das quais concebe uma percepção de si mesmo.
Essas formas são monstruosas, desprovidas de toda beleza e harmonia. São falsidades contrárias à vontade de Deus, destruidoras da paz genuína e da felicidade humana. E, entretanto, possuem uma certa ordem que lhes é própria, que toma em sua imaginação pervertida a semelhança do bem e produz prazeres maus. É o prazer do amor de si. É o oposto do prazer derivado do amor do Senhor. Constrói a sua própria razão, produz o seu própria arranjo das coisas que vêm à sua mente, provenientes do mundo exterior — arranjo que em vez de desvendá-las, mostrando sua beleza espiritual interna que revela a Sabedoria e o Amor do Senhor, ao contrário, conserva-as fechadas, mostrando somente a superfície exterior, com a persuasão de que além disso nada mais há.
Este é um jardim plantado a oeste do Éden. O jardim do Oriente do Éden era formado naqueles cuja face estava voltada para o Senhor, que é o Oriente. Olhar para fora do Senhor, voltar os olhos para o oeste, isto é, para o proprium, é pôr o amor de si sobre o trono. E este amor, então, planta o seu próprio jardim no oeste do Éden. Pois embora os homens se tornem maus, não perdem o poder da razão. Retêm a aparência da acuidade intelectual. Mas qualquer que seja a forma porque apareçam exteriormente no mundo, todas as coisas do seu pensamento estão invertidas. Todas as idéias de sua mente contêm falsidades em vez de verdades porque nascem de um amor mau. Não podem pensar de outra forma.
É impossível para quem está no mal, ver a verdade. Por isso a Palavra diz que “um homem bom do bom tesouro do seu coração tira boas coisas; e um homem mau do mau tesouro tira coisas más”. Falsos raciocínios, imaginação vã — resultado inevitável de um amor mau — estão descritos no 31º capítulo de Ezequiel como o jardim do Éden no inferno: “Quando o fiz descer ao inferno com os que descem à cova; e todas as árvores do Éden, a flor e o melhor do Líbano, todas as árvores que bebem águas, se consolavam na terra mais baixa... A quem, pois, és assim semelhante em glória e grandeza entre as árvores do Éden? Antes serás derribada com as árvores do Éden à terra mais baixa” (versículos 16 e 18). O Éden aqui é o amor de si que é o inferno quando colocado acima de todos os outros amores. As árvores do Éden são as falsas persuasões que aquele amor cria à roda de si. Elas dão, porém, prazer aos maus espíritos para quem são o mesmo paraíso.
Ora, o ponto de especial importância a ser tratado aqui é este: todo amor planta seu próprio jardim. Todo amor produz seus próprios prazeres que parecem bons àquele que está nesse amor, e produz também persuasões que, semelhantemente, aparecem como verdades. Só o amor produz o pensamento. Só podemos pensar de acordo com o amor que está em atividade em nós. O caráter desse amor inevitavelmente determina o caráter de nosso pensamento. Supomos ter a liberdade de pensar como quisermos e que, portanto, podemos sempre ver a verdade. Mas isso é uma ilusão. É uma idéia errada de nossos dias, essa de que o homem pode pôr de lado todo o amor, toda a paixão e todo preconceito e, então, com a mente em branco, julgar retamente. Só podemos ver, só podemos entender, só podemos apreciar aquilo que nosso amor dita. Para tudo mais somos completamente cegos.
Podemos, com efeito, considerar abstratamente coisas que não nos interessam diretamente, julgar imparcialmente entre elas, mas isso é sempre motivado por algum amor mais elevado, algum amor de justiça, algum desejo mais profundo do espírito. Mas todo pensamento que provêm do amor de nossa própria vida, que está em nosso íntimo, sendo assim o que temos de mais elevado — todo pensamento dessa origem — participa da natureza desse amor, está eivado de nosso interesse particular. E isso nós não podemos evitar. Não temos consciência disso. E esse fato faz parecer que a nossa liberdade é uma palavra vã, a nossa faculdade de escolher é apenas uma grande ilusão de nossa própria invenção.
Certamente, nos dias de hoje, em que os homens nascem com a tendência para amores maus, em que crescem num mundo que estimula esses males latentes e excita-os para que se desenvolvam, em que a ordem invertida de suas vidas os conduz, por assim dizer, naturalmente, a colocar o eu e o mundo acima de todas as coisas; neste estado o jardim que está plantado em seu Éden, que cresce como resultado do seu próprio pensamento, por mais claro que pareça, por mais atrativo, lógico e harmonioso que seja o seu arranjo, não será, sem dúvida, o jardim do céu que Jeová Deus plantou, a princípio, no Oriente do Éden. É inevitavelmente o jardim do oeste do Éden, do inferno, feito de falsas persuasões em que nada há da Sabedoria Divina.
Desde que, portanto, o homem só pode pensar pelo amor, não haveria possibilidade de sair desse jardim do mal, não haveria possibilidade de libertação das imaginações pervertidas do amor mau, se não fossem duas coisas providas pela misericordiosa Providência Divina.
A primeira é que, agora mesmo, nestes dias cheios de mal, Jeová Deus planta um jardim no Oriente do Éden na mente de cada homem. Exatamente como Ele fez com a raça humana nos albores da história, Ele faz também agora na infância de cada indivíduo.
A tendência para os amores maus é derivada do hereditário dos pais. Mas durante aquela idade de ouro em que reina a inocência, em que o mal ainda é desconhecido, o Senhor cerca o homem com a esfera do céu. Mantém o seu espírito no verdadeiro Jardim do Éden. Ele o traz à presença dos anjos e lhes dá, por assim dizer, por empréstimo, a sensação de sua alegria. À medida que os dias de sua vida vão passando, os prazeres assim emprestados vão desaparecendo, como o orvalho diante do sol nascente. As coisas do mundo vão entrando e encobrindo-os, de modo que vamos perdendo a consciência deles. Mas eles ainda restam, e quando o homem se torna adulto, são relembrados pela Providência do Senhor.
Por meio desses restos é que se mantém a liberdade do homem. Por meio deles o homem é introduzido nos prazeres dos amores celestes e assim lhe é dado o poder, se ele quiser, de escolher estes amores e permanecer neles até o fim de sua vida. Fica com o poder de escolhê-los em lugar dos maus amores em que nasceu, o que se faz por uma alternação de estados. Umas vezes está na esfera do mundo e de seus desejos, não podendo pensar então, senão por si mesmo. Nesses momentos só pode pensar pelas falsas aparências que, então, lhe parecem verdades. Fica cego para tudo mais. Quando, porém, entra na esfera do culto — a esfera dos amores celestes — os anjos se aproximam e relembram-lhe os prazeres da infância e da adolescência, que são acordes com as harmonias do céu. Nestes estados as verdades celestes tornam-se claras. A falsidade de seus próprios pensamentos torna-se evidente. A alegria do amor ao Senhor e do serviço altruístico em Seu Reino é sentida e desejada.
Se não pudéssemos ser levados a estes estados, nunca teríamos a possibilidade de ver a Divina Verdade. Se não fosse a Igreja e os seus ensinamentos que nos levam à esfera dos amores espirituais, a regeneração seria impossível. Por isso o Senhor disse: “A não ser que recebais o Reino de Deus como uma criancinha, não entrareis nele”.
É este contraste de amores que traz a tentação, as provações e o sofrimento do espírito. Porque eles mutuamente se destroem, e o nosso coração está ora em um ora em outro. Temos, porém, o poder de escolher o amor do céu como nosso amor, de resistir ao amor do eu como destrutivo de nossa vida, e também de pensar pelo Senhor para receber a verdade em nossa mente como forma do Seu amor, de entrar no paraíso que está plantado no Oriente do Éden. E isso nós o podemos fazer devido à segunda coisa provida pelo Senhor.
Jeová Deus não só plantou um jardim no Oriente do Éden, durante a idade de ouro de nossa infância, para poder tocar os nossos corações com o amor do céu, como também nos deu a Palavra — a Divina Revelação de Sua Verdade na Sagrada Escritura — para que, pelo esforço individual, pudéssemos ser levados à presença de Seu Amor, para que pudéssemos, nas tentações, nos voltar para as portas do céu a fim de receber proteção e auxílio Divino. Pois a Palavra é um jardim plantado no Oriente do Éden. Aí o Senhor reuniu todas as coisas da criação e as pôs em uma nova ordem, abrindo mais facilmente a verdade do céu ao homem decaído. Ele mesmo tomou sobre Si a natureza humana, venceu os infernos e estabeleceu em Seu próprio Humano a Verdade e o Bem infinitos — um Jardim Divino no Éden.
Pelo que está escrito sobre a Sua vida nas Escrituras, na Palavra de ambos os Testamentos, Ele nos ensina o caminho do céu. Aí Ele revela o Seu próprio Amor e a Sua própria Sabedoria em formas maravilhosas de beleza e de ordem. Para nós da Nova Igreja, Ele fala especialmente nos Escritos de Sua Segunda Vinda.
Estes Escritos são um Jardim da Divina Verdade plantado no Oriente do Éden. Se quisermos nos voltar só para o Oriente; se quisermos olhar só para o Senhor e confiar somente n’Ele; se quisermos, somente, nos afastar de nossa própria inteligência e permitir-Lhe mover os nossos corações; poderemos ver e reconhecer a Verdade nos Escritos, cuja beleza então nos aparecerá e sua santidade nos será manifestada.
E isto acontecerá facilmente, espontaneamente, pois não é difícil entender a verdade do céu quando pensamos pelo amor ao Senhor. O que é difícil, senão impossível, é compreender a significação das palavras do Senhor quando pensamos pelo amor de si e do mundo. Estes amores cegam os nossos olhos, pervertem o nosso entendimento. Mas pela Misericórdia do Senhor, podemos deixar de permanecer nesses amores. Por Sua Vinda fomos redimidos. Temos a liberdade, se quisermos, de nos colocar sobre a influência daquele Éden que foi plantado em nossa mente durante a nossa idade de ouro, isto é, durante a nossa infância.
E temos também a liberdade de perseverar naquele estado de prazer celeste, procurando e seguindo a Palavra do Senhor. Desta forma, pode o Senhor construir em nós um jardim, que será propriamente nosso, preparando-nos assim para uma morada celeste onde poderemos servi-l’O com amor para sempre. Dessa forma Ele pode dar-nos a visão espiritual, a fé verdadeira que vem de Deus para que possamos entrar no Seu Reino e aí habitar para sempre.
Amém.

•   1ª Lição:     Gênesis 2, 1-17
•   2ª Lição:     Ezequiel 31
•   3ª Lição:     Amor Conjugal 13